Semana passada falamos sobre metodologias ágeis e, hoje, vamos explicar a ferramenta mais usada na aplicação deste conceito: o Scrum.
De acordo com levantamento do IGTI, o Scrum é o framework ágil mais famoso entre as empresas brasileiras, presente em 74% delas por sua eficiência na otimização de processos e sua versatilidade: ele se adapta facilmente a diversas áreas e não fica restrito apenas ao desenvolvimento de tecnologias.
Negócios que adotam este modelo de gerenciamento de projetos aumentam sua eficiência, ganham mais produtividade, melhoram a performance de suas equipes e economizam tempo e recursos com entregas mais assertivas e qualificadas.
Esta estrutura metodológica é ideal em cenário de incertezas, quando o produto ainda não está claro nem para o cliente. Mas também é um excelente recurso na sistematização de processos multidisciplinares. Afinal, o Scrum é uma forma de gerenciamento voltada à priorização de atividades, aprimorando a eficácia de cada uma delas.
Na prática isto quer dizer que as tarefas envolvidas na elaboração de um produto precisam seguir uma ordem prioritária, começando do essencial, aquilo que é indispensável ao seu funcionamento, e terminando nos requisitos acessórios, como a estética.
Fica mais fácil entender este processo se imaginarmos, por exemplo, linhas de montagem de automóveis. Nelas, o primeiro passo é a construção do motor, afinal, sem ele um veículo não funciona. Somente nas etapas finais nos preocupamos com cor, acabamento, estofamento, itens complementares etc.
Pilares
O Scrum foi concebido, na década de 1990, para atender três pilares fundamentais:
1º Transparência:
Os processos a serem executados precisam ser de conhecimento geral. Ou seja, todos os membros de uma equipe devem estar a par do processo como um todo, possuindo macro e micro visão daquilo que está sendo feito para a concretização do projeto.
2º Inspeção:
O Scrum mantém um rigoroso controle sobre seus processos de desenvolvimento, acompanhando, periodicamente, cada etapa de execução.
3º Adaptação:
Essa é uma palavra-chave de qualquer método ágil: tanto o processo quanto o produto devem estar abertos a mudanças e alterações.
O que é o Scrum
O Scrum é uma metodologia de gerenciamento que fragmenta grandes projetos em partes menores. Assim, o resultado é alcançado depois de passar por diversas etapas de criação. Esta estratégia, além de rápida e eficiente, aumenta a percepção de novas oportunidades, conferindo vantagem competitiva aos negócios que a empregam.
Aqui, são desenvolvidos produtos ou projetos complexos e adaptativos que, seguindo práticas empíricas, criam uma série de experiências, maximizadas por feedbacks e voltadas ao controle de riscos.
Os ciclos de vida dos projetos em Scrum giram em torno das Sprints: conjuntos de atividades que devem ser realizadas em um determinado período. Nelas, o trabalho é dividido por iterações, ou seja, frações de entregas em que o resultado ou valor incremental é sucessivo, acontece repetidas vezes.
Etapas do Scrum:
1º Backlog do produto:
O ciclo de vida de um projeto se inicia com a listagem, junto ao cliente, de tudo aquilo que precisa ser feito. Nesta primeira etapa, são definidas as atividades e a ordem de prioridade para cada entrega individual.
2º Planejamento do Sprint:
Aqui, a equipe de criação estabelece o que é possível realizar em um determinado ciclo – que, em média, dura 2 semanas – elencando prioridades, planejando ações e estimando o tempo necessário para concluir a entrega final.
3º Daily Scrum:
Como dissemos, metodologias ágeis acompanham de perto o progresso de cada etapa. Para fazer essa inspeção, são realizadas reuniões rápidas e diárias, nas quais cada profissional alinha e atualiza a equipe sobre sua produção.
4º Revisão do Sprint:
Quando o ciclo de uma entrega se completa, acontece a apresentação e aprovação daquilo que foi produzido.
5º Retrospectiva do Sprint:
Este é um momento de aprendizado e diálogo, em que são discutidos erros e acertos do ciclo e são dados feedbacks sobre o processo. A retrospectiva é um espaço seguro, no qual experiências, expectativas e frustações podem ser compartilhadas e solucionadas.
O final de cada Sprint é marcado pelo início de um novo ciclo. Este processo se repete até a entrega final e confere mais consistência e eficiência, afinal, o contato próximo com os clientes, os alinhamentos constantes e os feedbacks asseguram a unidade e a assertividade do projeto ou produto.
Profissionais que conduzem o Scrum:
– Gerente de produto:
Responsável pelo produto em si. O PO possui um grande know-how sobre o negócio e seus requisitos de mercado. Este profissional liga, com seu conhecimento aprofundado, o consumidor ao produto, compreendendo e levando em consideração desejos, expectativas, motivações de compra, perfis etc. Desta forma, o resultado atenderá tanto as necessidades do cliente quanto as do mercado de consumo.
– Scrum Master:
Especialista nesta metodologia ágil, exerce um papel didático e consultivo, treinando e capacitando todos os integrantes da empresa para as práticas do Scrum.
– Equipe:
Formada por profissionais multidisciplinares que se encarregam das entregas do produto e da execução de tarefas segundo a ordem de prioridades.
Por fim, uma curiosidade
O nome deste método foi importado do rugby, esporte inglês famoso pelo uso de táticas cooperativas e pelo intenso contato entre jogadores.
Scrum, no rugby, nada mais é do que uma parede de jogadores que unem suas habilidades, de forma harmônica, para recuperar o controle da partida, ou seja, da bola.
Desta forma, a metáfora evidencia a importância do trabalho em equipe: o time inteiro deve colaborar, lance após lance, para a pontuação e, por consequência, para a vitória.