O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, se viu recentemente no centro de uma crise sanitária com potencial para redesenhar toda a cadeia produtiva: o primeiro foco de gripe aviária foi confirmado em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul.
A pergunta que ronda o mercado — e que está estampada nas manchetes — é direta:
“O preço do frango vai despencar?”
A resposta? Nem tão simples.
Embora o cenário inicial aponte para uma possível queda de preços no mercado interno — especialmente no Sul, onde os especialistas falam em uma redução de até 20% — a realidade carrega nuances que exigem muito mais do que uma visão superficial.
Países como União Europeia e China adotaram a suspensão total da importação de carne de frango brasileira, o que tende a aumentar a oferta doméstica e gerar pressão sobre os preços. Por outro lado, grandes mercados como Japão e Emirados Árabes optaram por restringir as importações apenas às granjas afetadas, o que limita, ao menos inicialmente, o impacto sobre a produção nacional como um todo.
A questão central, entretanto, não é só a suspensão temporária, mas a capacidade do Brasil em conter a doença e recuperar a confiança internacional.
Se os esforços sanitários forem bem-sucedidos, há expectativa de que, dentro de 28 dias, a situação se normalize e os bloqueios comerciais sejam suspensos.
Caso não…
O país poderá enfrentar uma das mais severas crises no setor de proteína animal dos últimos anos, com efeitos devastadores não apenas sobre a cadeia avícola, mas também sobre os mercados de bovinos e suínos, devido ao clássico efeito de substituição — quando consumidores migram para outras carnes por receio ou conveniência.
O risco invisível: percepção e comportamento do consumidor
Embora seja seguro consumir carne de frango devidamente cozida — pois o vírus não é transmissível dessa forma —, o impacto psicológico nos consumidores já está em curso.
O temor leva à busca por outras proteínas, aumentando a demanda (e, consequentemente, os preços) da carne bovina e suína.
E para o produtor?
O cenário é de tensão máxima:
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A rentabilidade, que já vinha sendo pressionada pelo aumento no custo de insumos como pintinhos, deve sofrer novo golpe com a queda de preços e a perda de mercados.
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O investimento em biossegurança e vigilância sanitária passa a ser indispensável, não mais opcional.
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A incerteza mina a capacidade de planejamento a médio e longo prazo.
Além disso, desde 2023, o Brasil convive com a presença da gripe aviária em aves silvestres — uma ameaça permanente, que impossibilita a erradicação completa do vírus na fauna e aumenta o risco de novos episódios em granjas comerciais.
O que está em jogo: além da carne, a reputação do agro brasileiro
O mundo inteiro está observando a reação do Brasil.
Este não é apenas um episódio sanitário — é uma prova de resiliência, competência e estratégia de todo o agronegócio brasileiro.
As ações de resposta rápida, a comunicação internacional e o reforço em biossegurança definirão não apenas a retomada das exportações, mas também a manutenção da nossa reputação como fornecedor seguro e confiável.
O que fazer diante desse cenário?
O caso da gripe aviária é mais um lembrete de que o agro vive sob a influência de forças cada vez mais complexas e interconectadas:
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Sanitárias, como essa.
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Econômicas, com flutuações de preço e mudanças de demanda.
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Políticas e diplomáticas, com barreiras comerciais e tratados.
Para enfrentar e antecipar movimentos como este, é imprescindível que gestores, produtores e executivos estejam atentos às tendências, qualificados para interpretar dados e preparados para agir.
Por isso, o III Fórum Agro é o seu lugar.
No dia 25 de setembro de 2025, líderes, especialistas e produtores vão se reunir na Bisutti Casa Tenerife, em São Paulo, para debater não apenas esse episódio, mas todas as forças que moldam o presente e o futuro do agronegócio.
Estaremos lá, discutindo:
✔️ Como eventos sanitários impactam a formação de preços;
✔️ Estratégias de logística e comercialização para cenários adversos;
✔️ A necessidade de uma gestão moderna e integrada no campo;
✔️ A importância do posicionamento e da reputação do produtor no mercado global.
E mais: vamos lançar a terceira edição do Estudo Anual do Agro, com análises exclusivas para quem quer tomar decisões mais seguras e estratégicas.
O agro não para — e você não pode parar de aprender, se proteger e se antecipar.
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